Quando você se olha no espelho, você gosta do que vê? Ou sente que sempre há algo errado, algo que poderia ser diferente, algo que simplesmente não parece certo? Talvez você se olhe e enxergue algo que ninguém mais vê. Pode ser que você se veja maior do que realmente é, mais magra do que está, menos bonita, menos interessante, menos “você”. O que aparece diante dos seus olhos pode não ser um reflexo fiel da sua realidade, mas sim uma imagem distorcida pela forma como você aprendeu a se enxergar ao longo da vida.
A maneira como nos vemos não é neutra. Desde a infância, vamos formando uma percepção sobre nossa própria imagem a partir de olhares externos, palavras ditas (ou não ditas), experiências vividas e comparações que fazemos, muitas vezes inconscientemente. Se você ouviu desde cedo que deveria ser diferente – mais magra, mais alta, mais delicada, menos chamativa –, sua mente pode ter registrado essa mensagem como uma lente que agora filtra sua própria percepção. Se, em algum momento, você passou por rejeições, críticas ou desvalorizações, é possível que seu reflexo tenha sido marcado por essas experiências, e o espelho já não seja apenas um reflexo físico, mas um reflexo da sua história.
Além disso, vivemos cercadas por imagens irreais. As redes sociais, campanhas publicitárias e até fotos de pessoas próximas são constantemente editadas, filtradas e ajustadas para se adequarem a um ideal inatingível. Se compararmos nossa imagem crua e real com uma versão digitalmente manipulada de outra pessoa, inevitavelmente sairemos perdendo. Mas essa comparação não é justa – porque estamos nos medindo por algo que nem mesmo é verdadeiro.
Mas como saber se o espelho está te enganando?
Tente um pequeno experimento. Feche os olhos e tente se imaginar. Sem recorrer ao espelho, sem pensar em fotos: apenas visualize a si mesma.
Agora, pergunte-se:
- Essa imagem mental é diferente da que vejo no espelho?
- Quando alguém me elogia, eu sinto que aquilo faz sentido ou me causa incômodo, como se não fosse verdade?
- Eu costumo evitar me olhar por muito tempo ou sentir desconforto ao ver minha própria imagem refletida?
- Costumo me comparar constantemente com imagens de redes sociais e me sentir inferior?
- Acredito que só ficarei satisfeita com minha aparência quando mudar algo específico (peso, formato do rosto, um detalhe físico)?
Se respondeu “sim” para algumas dessas perguntas, há uma grande chance de que sua autoimagem esteja desalinhada com a realidade.
Agora, tente se observar com um olhar mais generoso. Pense na forma como você vê uma amiga querida: você costuma reparar nas imperfeições dela ou na maneira como ela sorri, no jeito como ela se expressa, na vida que há nela? E se você pudesse aplicar esse mesmo olhar para si mesma? A beleza não está nos detalhes que você critica em frente ao espelho, mas na verdade que você carrega e transmite.
Se você percebe que há um descompasso entre como se vê e como realmente é, saiba que não precisa permanecer presa nessa distorção. Sua autoimagem não é um destino fixo, mas um processo que pode ser reconstruído. O primeiro passo para isso é reconhecer que a forma como você se vê foi aprendida e, portanto, pode ser reaprendida.
Você não precisa fazer isso sozinha. Muitas vezes, a distorção da autoimagem está enraizada em camadas profundas da nossa história e precisa de um olhar externo para ser ressignificada. Se você sente que sua relação com o espelho tem sido um peso, se sente que sua imagem não traduz quem você realmente é, talvez seja hora de buscar ajuda para reescrever essa narrativa.
Se isso ressoou com você e você quer dar o próximo passo para reconstruir sua autoimagem com verdade e leveza, entre em contato. Vamos conversar sobre como podemos trabalhar juntas para que você finalmente se veja como realmente é.